O céu de Itacuruba, no Sertão do São Francisco, distante 481 quilômetros do Recife, está sendo monitorado por astrônomos do Observatório Nacional, que instalaram no município o segundo maior telescópio do país.
O equipamento, de fabricação alemã, pretende avaliar a trajetória de asteróides e cometas que possam atingir a superfície da Terra.
Por enquanto, o monitoramento dos corpos celestes vem sendo feito da própria Itacuruba, mas a ideia original do projeto é que o telescópio de Itacuruba seja controlado por computador do Sudeste.
Para o monitoramento à distância o Observatório Nacional tem um link de rede dedicada (exclusiva) ao telescópio.
O projeto é o único na América Latina a monitorar asteróides e cometas em rota de colisão com a Terra. Há experiências desse tipo no Hemisfério Norte, sendo três nos Estados Unidos e duas na Europa. Antes do telescópio de Itacuruba, que integra o projeto Impacton do Observatório Nacional, um quarto da esfera celeste ficava sem monitoramento astronômico.
O telescópio óptico de Itacuruba perde em tamanho, no Brasil, apenas para um de Brasópolis (Minas Gerais), que possui um espelho de 1,60 metro de diâmetro. O diâmetro do equipamento do município pernambucano mede um metro.
A escolha de Itacuruba para abrigar os telescópios se deu por conta de condições técnicas. A pouca quantidade de chuvas e de queimadas e o grande número de noites de céu aberto facilita as pesquisas astronômicas. Também foram favoráveis, a baixa densidade demográfica e a proximidade de um centro urbano. Do Morro da Serrinha, onde fica o primeiro telescópio instalado, são oito quilômetros. A distância facilita o apoio logístico, mas não há interferência da lumonisidade artificial.
DADOS DO TELESCÓPIO DE ITACURUBA
-2º maior telescópio óptico do Brasil;
-1 metro de diâmetro possui o espelho principal do equipamento, enquanto o diâmetro do telescópio de Brasópolis (Minas Gerais) mede 1,60 metro;
-5 hectares é quanto mede o terreno onde o telescópio de Itacuruba foi instalado;
-25% da esfera celeste não estavam sendo exploradas antes do funcionamento do telescópio de Itacubura.
-90% dos cometas e asteróides em risco de colisão com a Terra devem ser identificados, segundo a União Astronômica Internacional, por projetos semelhantes ao brasileiro;