"A possibilidade de que o sistema solar tenha tido mais de quatro planetas gigantes inicialmente, e expulsou um, parece ser mais concebível de acordo com as recentes descobertas de um grande número de planetas flutuando livremente no espaço interestelar, o que demonstraria que o processo de expulsão planetária seria bastante comum", disse o astrofísico David Nesvorny em um estudo divulgado nesta sexta-feira, 11, pela revista 'The Astrophysical Journal Letters'.
O artigo descreve o sistema solar há 600 milhões de anos como um lugar caótico no qual os planetas e as luas provocavam deslocamentos entre si devido a órbitas instáveis.
Nesvorny desenvolveu simulações de computador baseadas em uma análise do conjunto de pequenos corpos conhecidos como Cinturão de Kuiper e das crateras da lua. O dinamismo em transformação das órbitas dos planetas gigantes e dos corpos pequenos fez com que os corpos celestes se dispersassem para diferentes lugares.
Os corpos pequenos foram na direção do Cinturão de Kuiper e do sol, gerando vários impactos na terra, Júpiter se deslocou para o interior do sistema solar, enquanto Urano e Netuno se movimentaram para o exterior.
Entretanto, Nesvorny detectou um problema neste modelo, pois se for aceita a teoria de que Júpiter mudou de órbita de maneira súbita quando se afastou de Urano e Netuno durante o período de instabilidade na zona externa do sistema solar, a conclusão é de que estes últimos planetas teriam ficado fora do sistema.
"Algo estava errado", ressaltou.
Para achar uma saída para esta encruzilhada, o pesquisador decidiu introduzir nas simulações cinco planetas gigantes ao invés dos quatro atuais (Júpiter, Urano, Netuno e Saturno). Daí conseguiu um resultado mais compatível com a atual configuração de nosso sistema planetário.
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