sábado, 14 de maio de 2011

Erupção inédita de luminosidade intriga astrônomos

BBC BRASIL e Folha.com
A estrutura espacial chamada Nebulosa do Caranguejo impressionou os astrônomos ao emitir uma quantidade inédita de raios gama, uma forma de energia extremamente luminosa.
A nebulosa é composta principalmente de detritos de uma supernova cuja destruição foi observada no ano 1054.
O que motivou a erupção sem precedentes de raios gama, ocorrida em meados de abril, é um grande mistério para os cientistas.
Aparentemente, ela vem de uma pequena área da nebulosa, há tempos considerada uma fonte constante de luz.
A novidade é que o telescópio Fermi, que observa a nebulosa, detectou uma atividade luminosa ainda mais intensa na estrutura.
A emissão de raios gama durou cerca de seis dias, alcançando níveis 30 vezes maiores que o normal e, em alguns momentos, com variações a cada hora.
No coração da nuvem colorida e brilhante de gás é possível observar um pulsar --uma estrela que emite ondas de rádio em impulsos repetidos regularmente.
Mas, até o momento, nenhum dos componentes já conhecidos da nebulosa é capaz de explicar a luminosidade observada pelo Fermi, diz Roger Blandford, diretor de um instituto de astrofísica e cosmologia nos EUA.
"Tem de haver outra fonte para esses raios gama altamente energéticos", ele disse à BBC News. "São necessários cerca de seis anos para a luz cruzar a nebulosa, então essas erupções, (ocorridas) em horas, têm de ser produzidas em uma região bem compacta em comparação com o tamanho da nebulosa."
A principal suspeita até agora é de que, em uma região próxima ao pulsar, intensos campos magnéticos vão em direções opostas, reorganizando-se repentinamente e acelerando partículas a uma velocidade próxima à da luz. À medida que eles se movem em caminhos curvados, as partículas emitiriam os raios gama observados no Fermi.

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