A Nebulosa do Caranguejo agitou a comunidade científica após a descoberta de que a energia que emana de seu interior é muito maior que a calculada até agora, questionando os modelos teóricos da Física, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira na revista Science.
Uma equipe internacional de cientistas do departamento de Física da Universidade de Washington, na cidade americana de Saint Louis, detectou que a intensidade de raios gama emitida pelo pulsar (estrela de nêutrons) do coração da nebulosa é muito superior à que os modelos teóricos comuns podem explicar.
Os cientistas, que utilizaram os dados obtidos pelos potentes telescópios que formam o complexo de observação Veritas, situado no Arizona, detectaram que a estrela de nêutrons tem energia superior a 100 bilhões de elétrons-volt (GeV).
Este número é muito superior aos 25 bilhões de elétrons-volt que até agora era o máximo de energia detectado pelo Veritas.
Os telescópios utilizam grandes espelhos e câmeras ultra-rápidas para detectar os brevíssimos brilhos de luz azulada (luz Cherenkov) produzidos pelas cascatas de partículas subatômicas geradas na interação dos raios gama de energia muito alta com a atmosfera.
"Estamos diante de algumas forças extremas e estas observações mostram que nossas teorias não encaixam e que sabemos menos sobre os pulsares do que pensávamos", indica Henric Krawczynski, astrofísico e um dos autores do estudo.
O pulsar da Nebulosa do Caranguejo é o vestígio da explosão de uma supernova registrada na Terra em 1054.
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